Flávia & Thalis | Igarapé – MG


Dedico esse espaço para as belas palavras de carinho e sabedoria de Renata Magliocca, Obrigado por sempre nos inspirar com poesias intimistas
Sugestão de trilha, só clicar

“Sabe o que eu aprendi com as histórias que me escolhem, Flávia e Thalis? Amar é uma arte. Tela em branco bem aqui na nossa frente esperando para ser pincelada. Alguns, pintam uma casa, cerca branca, flores na janela. Outros, são de vanguarda, rompem com a lógica tradicional e fazem do amor o que ele é de fato: surreal. O amor é surrealista. Dalí, Frida Kahlo, Miró, Picasso, Duchamp, Magritté. Acontece, assim, disfarçado de acaso. Uma mesma empresa, uma mesma cidade. Conselhos amorosos, uma empadinha – todo dia – de chocolate. Na verdade, Flávia e Thalis, o amor é um desejo nosso, daqueles que, muitas vezes, só os travesseiros sabem: queremos ser amados, aceitos com as nossas imperfeições. Não por qualquer um, mas por quem nos fará evoluir.

O amor pode ser revolucionário. As pessoas que mais amamos são espelhos pendurados por aí para nos refletir. O nosso melhor. E o nosso pior. A gente não controla, não escolhe, como gostamos de pensar. O que nos resta então, Renata? Fazer do amor, Flávia e Thalis, uma obra de arte. E isso não é fácil. Não basta nascer premiado com um dom raro, é preciso não desistir. Acreditar, de verdade, que é gente amada e amando que muda o mundo aí fora. Que não implica com pouco porque sabe que tem muito. Que vai além do próprio umbigo. Amar é a arte surrealista do encontro, já dizia o carioca poetinha: “A vida é a arte do encontro embora haja tanto desencontro pela vida”. Não foi assim com vocês?

Thalis saiu de Petrópolis. Flávia de BH. Os dois foram parar na Petrobrás, se tornaram colegas de trabalho. Eu lembro, Renata, que mesmo achando aquele garoto muito diferentão, me identifiquei com ele. Ele tinha uma energia que me atraía. Talvez, Flávia, fosse a energia que sobrava por não ter, em pleno Rio de Janeiro, geladeira e ar condicionado. Fomos nos aproximando, Renata, criando laços de amizade muito profundos e aquele garoto diferentão se mostrou muito mais igual a mim do que eu imaginava. A teoria dos espelhos, Flávia. Amamos quem nos reflete. Não só o que há de mais bonito, também o mais difícil. Por isso, não tem resposta: são os opostos que se atraem? Os semelhantes que se reconhecem? É daquelas brincadeiras sem fim: o ovo ou a galinha? Os doisEncontro e desencontro. Encontro quando Thalis se ajoelhava para pedir seus conselhos, seu carinho. Já era um sinal de que estariam aqui? Encontro quando num dia dos namorados ele te convidou para ir ao teatro para você não sofrer sozinha. Desencontro quando dois corações ressabiados demoraram a se entregar e confiar.

Quando um se entregava, o outro fazia hora. E vice-versa. Até que veio o conselho de um amigo: você vai perder esse garoto, Flavinha. E ela que é ariana das brabas declarou o começo dessa história: eu sei, Thalis, você vai dizer que agora é você quem não quer mais, mas já comprei nossas passagens. Vão bora? O Thalis, claro, fez as malas e, hoje, nem se lembra mais. Eu não lembro, Renata, como era a minha vida antes da chegada dela. Um simples passeio a pé pela cidade até dormir com ela numa ilha sem água, tudo é maravilhoso ao lado da Flávia. Nunca encontrei um companheirismo tão grande em outra pessoa, aquele sorriso, aqueles olhinhos de jabuticaba fazem eu me sentir uma pessoa especial.

Você é, Thalis. Muito especial. Todo mundo merece, nessa vida, ser o favorito de alguém. Você é o dela. O Thalis, Renata, o amor da minha vida, me acalmou de uma busca incessante por uma felicidade que morava bem ao lado. Ele me aquietou. Me libertou de mil ideias que eu tinha sobre mim, me tornou mais forte, confiante e livre. Muito livre. O Thalis salvou a minha vida, de uma vida sem graça. Não tem só dia que ele não me faça rir, das situações, dos clichês, dos desastres. O bom humor dele coloriu…coloriu a sua tela, não é Flávia? O amor do Thalis, Flávia, fez você, Frida Kahlo, não casar com o machista do Diego Rivéra e sim com Salvador Dalí. O mesmo bigode, as mesmas escolhas excêntricas pelas roupas coloridas, o apreço pela natureza e o tempo de calmaria com relógios escorrendo desafiando a relatividade. Vocês, Frida Kahlo e Salvador Dalí, reescreveram essa história surreal. Nenhum é menos. Nenhum é mais. Dois diferentes e tão iguais. O amor, Flávia e Thalis, não é um conto de fadas, ele está mais para um conto de falhas. E nele não é possível ser feliz para sempre. O final feliz do amor, queridos, é ser feliz para frente. Vocês sabem bem. E é para lá que estamos indo.

 Vocês venceram distâncias, mudanças, o pânico de voar da Flávia. Se jogaram desse abismo que é amar porque não há um outro caminho. Nunca estamos prontos para o que sempre esperamos. As asas ficam prontas enquanto estamos indo. Tentando, caindo. Quando botamos tempero nesse chuchu. Encontrar alguém com quem se possa falar sobre qualquer assunto. Quem sabe isso quer dizer amor? Eu tenho certeza, Milton e Lô Borges. Toda certeza desse mundo. Grandes amores moram nos detalhes e são construídos. Uma vaca na praia, um quadrinho do Star Wars na sala, mais um episódio de Chapolin e na aliança, sem nem saber, a mesma esmeralda.”

Conto de Vista

Video: Enfim nós / Decor: Mino Decorações / Vestido: Mariana Pinho / Terno: Ricardo Almeida / Make: Flavia Pinho / Música: Marina Araújo / Buffet: Thiago Senna / Doces: Marina Fantin / Cerimonial: Encantar

Alguns dias antes, no Rio de Janeiro.

Adicione um comentário...

Seu email não será publicado. Campos marcados são obrigatórios *